"Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças, de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."
B.S.



sexta-feira, 28 de maio de 2010

[na cidade chove.]


psicopatas abram os guarda-chuvas.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

[sobre o motivo e a falta dele]


tem gente que passa a vida formulando hipoteses sobre tudo. tem aqueles que filosofam sobre a vida, sobre as origens, sobre deus e sobre o motivo de tudo isso existir. os outros ouvem essas idéias e passam a vida a concordar ou não com o que está sendo dito. e todos eles, todos em qualquer época, de acordo com as minhas próprias teorias que fique bem claro (concorde voce ou nao) buscam a resposta de uma questão ou o desvendar de um só segredo, como preferir, que se refere à felicidade pessoal. nunca conheci ninguém que quisesse ser infeliz, poderia o ser e estar conformado com a situação, é claro, mas quando criança, caso tivessem perguntado-no o que gostaria de ser num futuro distante, certamente não teria dito "quero ser infeliz". formulei minha própria hipótese sobre a felicidade, o que já é uma contradiçao, dado que formular hipóteses sobre ela é justamente o contrário do que defenderei. ponto um: a diferença entre o ser feliz e o triste é uma só, a falta de motivos. ponto dois: é impossível estar sempre feliz ou sempre triste. justificativa: só se é feliz, realmente feliz, quando voce não precisa de um motivo para se sentir assim. Nunca entendi o porque da pergunta: "nossa, como voce está feliz hein? o que aconteceu?" sou feliz justamente por não ter acontecido nada, sou assim e pronto. a procura de explicações ou de hipóteses ou de um segredo que nos permita isso é justamente aquele impecilho no meio do caminho. e a pessoa feliz só ficará triste quando existir um motivo concreto para isso, e sim, há sempre um outro motivo que nos deixam um pouco pra baixo, mas que de maneira alguma afetam nossa essência original. E vice-versa. A pessoa triste é aquela que não precisa de motivos para ser triste e as vezes um motivozinho mais alegre consegue alegrá-la também. ela passa a vida se perguntando o que está faltando, e o que está faltando e ela parar de gastar seu tempo pensando nisso e viver sem maiores preocupações e filosofias errantes. é, pode ser um pouco simplista essa teoria, mas se assim a julgam por um lado me alegra, dado que não gastei tanto tempo assim formulando hipóteses que atrapalham minha própria felicidade.