"Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças, de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."
B.S.



domingo, 9 de janeiro de 2011

[Tarantino, Woody Allen, Hitchcock..]

mudando um pouco as perspectivas por aqui, as vezes tem-se que deixar as mesmices de lado e pensar sobre aspectos pouco explorados. até o estilo muda, percebe? continuo eu, continua o mesmo blog e o mesmo vocabulário. mas o assunto agora é outro.
filmes. as vezes penso que deveria estar fazendo tantas outras coisas da minha vida. mas todas essas tantas coisas resumem-se ao universo cultural e artístico. adoro filmes, assisto desde criança. assistia aos filmes da Disney e todas as suas princesas (talvez minha primeira frustração foi querê-los todos para mim. Meu mesmo só tinha o Mogli). Mas não eram só esses. Lembro de ter assistido Cães de Aluguel ainda muito pequena, uns 10 anos ou menos. O Escorpião de Jade, O Festim Diabólico, O Homem Que Sabia Demais, Um Corpo que Cai.. enfim. Tarantino, Woody Allen e Hitchcock faziam parte de mim antes de poder entendê-los, se é que já posso hoje. Não sei como os interpretava, mas acho que gostava de assisti-los. Via um a cada semana. Sempre lembro de um sobre um gato que olhava para as pessoas e elas ficavam de uma determinada cor, dependendo do que sentiam ou como eram. Não sei que filme era, mas essa cena foi divertidíssima pra mim, na época. Não sei se prestava muita atenção na história, mas via do início ao fim desde pequena. Comecei a me interessar por eles de novo, faz algum tempo. Gosto bastante dos três, apesar de não ter visto tantos filmes quanto gostaria. Gosto em particular de Woody Allen. blablabla são filmes iguais, mesmos atores, mesmos temas blablabla confesso que misturo bastante as histórias, mas isso não quer dizer muita coisa em relação a mim, dadas minhas condições memoriais muitas vezes citadas. Acho cada filme encantador e a cada término eu saio sorrindo, assim meio sem querer. Adoro os diálogos. Muitos filmes, a maioria creio eu, nunca tem diálogos e sempre acabam no famoso final feliz (ok, estou falando dos blockbusters da vida). As pessoas crescem ouvindo sobre finais felizes e não sabem o que fazer com o depois disso, não sabem dialogar também. O mais difícil de tudo é manter este final e isso os filmes não ensinam. Voltando aos diálogos, gosto de vê-los nos filmes de Allen, gosto de saber o que conversam as personagens, gosto do humor e a decadência juntos. Não me lembro em qual filme ele aparece falando com o público, logo no início. Era uma referência, algo sobre clubes e mulheres, uma comparação. Ele não gostaria de ser sócio de um clube que o aceitasse. Enfim, de longe que vi todos os seus filmes, são muitos, mas vi o suficiente para dizer que gosto. Pra mim é impossível não pensar em Alberto Caeiro, mas, de novo, não significa muita coisa. Comparo tudo e todos com Alberto Caeiro. A tal filosofia de não ter filosofia e a beleza em não ter um significado de existência além de ser aquilo que é e só. Pra mim as coisas são, eu sou, Alberto Caeiro é assim como Woody Allen também. Não precisa procurar um sentido oculto naquilo que é. Deixe ser. Whatever Works.