"Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças, de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."
B.S.



quarta-feira, 18 de abril de 2012

viajar muda a gente na essencia. lá fora significa sair de voce mesmo, nao só do seu cantinho. é um lugar em que nao se conhece ninguem, nem a voce mesmo. fui uma pessoa outra, com outro nome, outro rosto e outras preocupações. nao pensei nem um momento no que poderia estar perdendo por aqui, já que estava ganhando tanto por lá. só queria ver tudo e ficar o suficiente no tudo que eu via. queria respirar, sentir o lugar. queria saber que era real, mas nunca foi real pra mim, foi real pra alguem que só aparece quando existe a liberdade total de ser quem se quer. liberdade. parece que voltar é prender tudo que se quer fazer dentro de voce. os traumas as lembranças os conhecidos tudo ali de volta. tudo que eu quero fazer agora está preso. tenho uma energia enorme dentro de mim que nao vai embora, que me lembra o tempo todo que nao estou fazendo o que quero fazer e o tempo passa e acumula. e nem escrever eu consigo mais. eu mal consigo me mexer. eu penso lá longe todo dia. meu eu mesmo a 10.000 km de mim me esperando pra voltar a ser algum dia. nao sou util aqui, por que deveria continuar assim? quero cair de novo no mundo, quero me ser e me deixar ser pra sempre.