"Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças, de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."
B.S.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

[ego ismo]

as vezes o egoismo me bate a porta. a porta nao, mas me entra a janela escondido. egoismo nao tem uma fama educada, ele vem do mundo das personalidades ruins. ruins e necessarias, porque todo mundo precisa dele um pouquinho de vez em quando. tenho toda a paciencia que deveria e nao deveria, minhas coisas sao de todo mundo, mas sempre existe o xodó, aquilo que mesmo simples voce mente que nao tem, se alguem pergunta. eu empresto meu note, mas nao a minha sacolinha de pano. eu prefiro perder meu passaporte do que o pen drive com minhas fotos dentro. mas isso ja é outra historia.
digo que sou egoista as vezes. voltei e ja quero ir. acordei sem saber onde estava ontem e o sentimento foi bem esquisito. me sinto meio parada no mesmo lugar e meu dentro de mim só quer sair correndo. mas aqui nao enxergo espaço pra sair correndo. e é ai que o egoismo me apronta. tenho as melhores pessoas do meu lado aqui (nao que nao as tenha encontrado pelo caminho, muito pelo contrario). amo elas e elas a mim. o carinho que recebi quando cheguei nao posso explicar. mas a vontade de sair por ai pelo mundo de novo existe e nao é pequena.
ok. there is someone from US that sees my blog everyday for 4 months already. who are you, because honestly I'm a bit concerned right now.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

[pertencendo]

(semi)sobre o pertencer.
milianos que eu sumi daqui, mas as causas considero-as todas justas.
visitei umas bandas diferentes e era disso que eu tava precisando.
minha melodia nao acompanhava as daqui, eu sequer tinha uma melodia. eu as vezes fingia que tinha ritmo, o suficiente pra me fazer dançar, sozinha, no escuro.
nos lados de lá virei uma banda de um homem só, no caso uma mulher (no caso uma menina menor de idade).
falar uma lingua diferente, ouvir 30 outras, conhecer o mundo todo estando num lugar só. universos paralelos. eramos todos jovens de 20 e poucos anos, juntos, criando uma musica propria. cada qual com uma vida mundo afora muito da diferente do que mostrava ali pra gente. era ele que ia voltar pra casar com uma noiva que os pais tinham escolhido. era ela que morava numa vila no pé de uma montanha no meio da europa. era ela que te ensinava um novo tipo de meditaçao tao diferente de tudo que voce ja tinha sentido. era ela que tinha ganhado na loteria do green card. eram eles que estavam terminando seus estudos na america e tinha que voltar para seus respectivos paises. eram seus pais todos localizados em algum lugar no futuro por causa daquele tal do fuso horario. eram aqueles chamados de frios os mais amorzinhos e hospitaleiros. os chamados de arrogantes, os mais modestos e interessados. os mais calorosos.. é, e nós éramos mesmo. alguns abraçavam, alguns nao sabiam como.
me encontrei de um jeito por ali que nao parecia real.
eu falava pra ele: isso nao é vida real, voce nao é vida real. ele ria.
foram dois meses de amor e cinco dias apaixonada por uma outra realidade. era só eu dessa ultima vez e nao me senti sozinha um segundo sequer. fui feita pra viver na bagunça.
fui feita para pertencer e nao pertencer. nao sou de um lugar só, me sinto pertencendo a todos e a nenhum. é como se pertencesse só a mim mesma. e a mim mesma pertence a todas as outras bandas do mundo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

[sol de inverno]

sol de verão é inteiro ardente, é calor pra todo lado e a sensaçao é a de que é necessario um banho urgente. fica tudo muito claro, as pessoas ficam mais visiveis, talvez até mesmo suas intenções. as pessoas não sabem se esconder direito no verão. não existem mentiras de novembro a março ao sul do equador. é tudo mais alegre também. a gente conta mentira, e é claro que a gente mente, e então a gente ri e se acerta. verão é uma delicia pra se acertar com os outros. acho até que os sorrisos gostam de aparecer mais nessa época, o sol deixa eles mais bonitos. verão é uma estação bem convidativa. é com certeza o anfitrião deste país. meio cheio de graça também (e agora sim a moça que vem e que passa..)
aí que não me dá vontade de falar dos intermédios. a primavera é toda clichê, o outono é meio nulo, sem sal, sem sol, sem folha.
ja me disseram uma vez que luz de inverno é assim meio de sonho. aquele sol que nao arde no corpo, só um pouco nos olhos, deixando tudo meio enevoado. é tão frio, vento frio, gente fria, humor frio, um gelo atrás do outro. mas só nas partes que o sol nao aparece. tem sempre uns cantinhos ensolarados de inverno que te levam prum mundo meio surrealistico. e é sempre um sonho bom. é uma bolha rosa acizentada, tem neblina também, que te permite ver o que se quer. sol de inverno te faz sonhar com o verão, te dá uma sensação quentinha, gostosa. até que o sol se esconde e com ele se esconde o sonho e voce volta para o seu momento úmido e escuro anterior. sol de inverno é um perigo para pessoas como eu. as vezes eu acredito muito nele, e não se deve acreditar muito em qualquer coisa por aí.

[gosto]

eu gosto. gosto mesmo e precisei admitir.
é tão errado gostar de vez em quando.
chocolate que te engorda, sofá que sedentariza, álcool que te ressaca, juventude que passa depressa.
mas é tanto gostar errado e de verdade que te faz a vida mais cheia de graça.. (e não é ela menina que vem e que passa não..)
eu gosto e não deveria. me assusta querer tanto, mas aceitei. aceitei ser assim errada.
já me disseram que sou toda um desastre. no bom sentido.
me disseram que sou uma fofurinha também. nao num sentido tao bom assim. talvez me chamassem gorda ou ingenua, ainda nao descobri.

nao me importo de ser tortinha. o mundo todo é. quem sou eu pra querer ser mais que o mundo todo?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

[só pra mim]

envolta toda estou numa confusão, desenvolta, desenvolvo minha busca, meu eu, meu você, nada nosso, fadiga, como eu queria, eu queria, só queria, nao ver, ver voce.
que tivesse me deixado lá. que eu estivesse sozinha agora. que nao voltasse para me buscar.
minha busca é toda minha.
preocupação. me sentindo por inteira no chão. me faz cantar. dance para mim.
nao me procura mais. some. volta. nao volta. minha vida voce que me fez.
me transporta daqui, me foge, nao foge de mim, me sacode. acordo.
quero sair de perto. nao consigo.

sensibildade. encontrei.
como perder? quero perder?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

[caminhos]

o mundo inteiro me cansa quando não consigo encontrar no mundo alguma coisa que valha a pena.
me cansa tanta que o que empolgava, nem me alcança mais.
o mundo é tão grande e não há nada para procurar, não há nem vontade de começar a procurar.
ficar parado cansa, movimentar cansa. me canso do cansaço e nem me lembro mais de como era quando era diferente.
desânimo. demora tanto para encontrar que o resto do caminho parece inútil.
pessoas meio sem gosto, comidas meio sem sal, o alvoroço meio monótono e a monotonia morna esfriando.
angustia e raiva. minha cara cansada me assusta, mas o cansaço me vence e aceito. por dentro tá tudo meio revirado, uma ansia contida, uns poucos atrevimentos externos me cansam também.
o mundo não pulsa no ritmo certo e desequilibra.
minhas pegadas rasas no chão não me permitem voltar e meus caminhos rascunhados, as vezes tão cheios, as vezes sem nada, difilcimente nitidos, nunca contém o primeiro passo. como os sonhos.
não enxergo uma possibilidade. sinto-as, apenas. sempre me escapam.

não preciso saber para onde. meu primeiro passo é sempre alheio e despreocupado. o caminho eu sigo depois e não me importo muito com isso.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

[várias]

Estava perdida. Independente dos planos que enchiam cada um de seus dias. Perdeu-se dentro da própria rotina. O diferente era o único que permanecia o mesmo. Ela não era a mesma nunca e não sabia mais o que queria ser. A cada reviravolta, se transformava e era o que não poderia ter sido antes. Tantas identidades confundiam-na. E todas elas eram aquele tanto tortinhas. Sempre lhe pareciam erradas. Suas identidades não lhe serviam assim como ela não servia às suas identidades. Trocava-as como trocava de lençol e costumava ser uma pessoa asseada. Estava sempre fugindo, dos outros e dela mesma, tinha horror em fica acomodada. Se deixasse, a estagnação virava vício e o único vício que ela se permitia era o da transformação. O tempo reservado para cada uma não era suficiente para adquirir nenhum outro. Colecionava traumas, nunca vícios. Possuía várias identidades e uma só essência transformadora.

terça-feira, 26 de abril de 2011

[reviravolta]

fui pregada. de peça que a vida me trouxe.
foi só um tantinho assim atrás e eu já não acreditaria.
me revirei inteira nas duas semanas que já passaram.
as vezes era tão óbvio, as vezes tao distante.
foi só um pouquinho de vontade e completei o resto da força.
to toda diferente.
os dias todos inteiros, antes metade vazios, me fazem cansada e feliz.
minha voz anonima, meu eu mesmo anonimo precisando se entender tudo de novo.
reviravoltas exigem um bocado da gente.

terça-feira, 12 de abril de 2011

[convivências]

sobre a introversao e sobre o que eu penso dela.
introverto-me o tempo todo.
o todo dentro de mim verte-se inteiro para uma parte ainda mais dentro desse todo.
as vezes me sinto só eu no mundo. dado que o mundo é meu nao poderia ser diferente.
me endentro sozinha não para me por a pensar. me ponho a nao pensar em nada por mais que pense no meu mundo inteiro. o que tambem nao poderia ser diferente.
timidez. nao me faço timida em nenhum mundo a que pertenço.
a diferença entre os dois é que um pertence as pessoas e eu convivo com cada uma. o outro pertence a mim e a unica convivencia permitida é a minha própria.
em um me faço introvertida ao extremo. no outro extroverto-me ao minimo exigido.
sempre fui melhor escrevendo. falar em público não me assusta como poderia. tenho preguiça de nao falar sobre nada com alguns. dialogos inteiros estao reservados para alguns outros. gosto de companhia. nao de todas. preciso conversar. quero falar sobre qualquer coisa. preciso ficar sozinha. nao quero falar sobre qualquer coisa. quero gritar ao mundo todo como está todo mundo meio tortinho. quero que as pessoas percebam por elas mesmas.
introversao. extroversao. a unica convivencia permitida aqui dentro além da minha própria.

terça-feira, 29 de março de 2011

[disforme]

musica que as vezes atrapalhava, alegria que as vezes nao vinha, sensibilidade um pouco falha, era como se definia. sorria cada vez que respirava, porque aprendeu que era isso a felicidade. achava graça até mesmo na tristeza, admirava seu rosto no espelho, enquanto chorava, tentando entender se era real ou capricho próprio. fingia tudo aquilo que nao sentia, para os outros e para ela mesma, quando precisava que alguem acreditasse nela. vivia de afirmaçoes alheias sobre sua felicidade tão óbvia e falsa. felicidade. era um sentimento forte, superior aos outros, quase uma filosofia. ela tinha uma mistura de tudo aquilo que a fazia sorrir dentro de si, e excluia, cuidadosa, todo o resto, separando-os em comodas, armarios e lixeiras, em diária arrumaçao interior. o problema menor, que crescia em escala alarmante, era o que fazer com o lixo acumulado. o tapete já disforme, nao aguentaria mais lixo sem que o cômodo mostrasse sinais de bagunça a quem por acaso viesse adentrar-lhe. e ela nao podia correr esse risco, sobreviver dependia de tais aprovacoes. vez ou outra precisava guardar o lixo em alguma prateleira escondida. nao sorria mais a cada respiração e isso a matava um pouquinho. nao estava alegre agora. e cada musica que tocava no quarto evidenciava o tapete meio deformado, mas que continha toda uma essencia que ela nao podia se desfazer.

quinta-feira, 17 de março de 2011

[música]

e o menino fazia musica propria. suas composiçoes nao só lhe pertenciam, como o som que o instrumento traduzia de suas mãos, também deveria pertencer-lhe. o unico porem é que pertencia tambem aos outros. e só pertencia tambem aos outros porque era inevitavel escutar. nao se pode parar de escutar como se pode parar de ver. alias, nao ver é mais fácil do que ver. nao escutar é outra coisa bem diferente.
sua música era ele próprio traduzido numa linguagem artistica. as vezes empacava numa nota só, mas ultimamente a melodia fluia sem problemas maiores.
ele guardava um pouquinho de si em cada musica. perdia uma parte essencial dele mesmo para ganhar uma outra versão, um pouco triste, as vezes animada, por certo mais madura.
os ouvintes se percebiam intrusos, mas nao havia nenhum constrangimento. era beleza. e transformar beleza em vergonha é que seria constrangedor.
todo mundo ouvia sobre ele o tempo todo. mas ninguem podia dizer quem ele era.
a musica era um ele anterior, agora ele devia ser um pouco mais triste, ou mais animado, certamente mais maduro.

quinta-feira, 3 de março de 2011

[sumindo..]

me dá uma vontade de não existir as vezes. nao quero fazer disso uma coisa grande porque nao gosto de drama de qualquer tipo.
sabe aquela historia de daria minha vida pela vida de alguem xis?
eu daria minha existencia pela felicidade de alguem xis. e sao coisas muito diferentes.
existencia e vida ja nao sao a mesma coisa.
quando minha vontade é de nao existir, entao minha vontade é de não existir. nao é morrer.
é uma coisa meio sumir como se ninguem percebesse isso. mas toda minha felicidade seria doada as pessoas que eu quero e amo. é quase um testamento. deixo-lhes minha felicidade. aproveitem-na.
eu faço um esforço danado, as vezes, para que fique tudo bem aqui dentro. funciona razoavelmente bem, nao tenho muito do que reclamar. mas o ideal seria um esforço conjunto. quanto mais gente bem mais facil de seguir o mesmo rumo. quanto mais gente carregando um piano, mais leve fica, menos a probabilidade dele cair e quebrar e portanto mais chance de criar musicas bem bonitas que deixarao meio mundo emocionado. estou ouvindo piano agora. meu irmao. acho que já estou acostumada a ouvir piano todos os dias. acho que meu predio inteiro está.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

[sonhos a la vidente fajuta]

sonhos. essencialmente aquilo que não pertence a realidade. ninguem quer admitir isso em quaiquer circuntancias e costumam tentar torná-lo um pouquinho mais real. só não percebem que, ao oferecer um lugar aos sonhos na tal da realidade, as pessoas tem que tirar seu próprio pezinho do chão cedendo-lhes lugar por aqui.
sonhos são bem mimados, por isso nem sempre crescem como deveriam. mimo demais deixa a criança meio tortinha, assim como os sonhos. experimente dizer-lhes não alguma vez. é aí que ele começa a amadurecer um pouquinho. você nem percebe e ele está lá tomando conta da sua vida, cheio de planos para o próximo ano. isso porque você o deixou crescer com as próprias pernas e não se estressou muito com isso.
o segredo é não se estressar com seu sonho. ter aquele tanto de paciência. aí de resto ele se vira.
sonhos são amigos imaginários que ninguém tem vergonha de admitir que tem. eu mesma tenho vários, apesar de serem raras as vezes que os guardo na memória até a hora de acordar. sonho muito com água, piscina, rio que na verdade é a marginal, essas coisas assim. mas ninguém entende muito seus amigos imaginários. Meu primo, quando pequeno, tinha uma amiga chamada Idiota. ela tinha ate lugar na mesa de jantar. alguns desses amigos as vezes te dão aquele empurrão que você ta precisando pra refazer sua vida. as outras vezes, por se tornarem tão distantes, talvez a amizade nem valha mais a pena e a vida fica um pouco sem graça, mas é inevitável que seja assim.
sonhos são desabafos. você te contando uma coisa que nem tinha percebido ainda, adivinha sobre quem? os babados são fortíssimos. varias desilusões, medos, vontades e é assim que a gente vai seguindo nosso rumo meio sem perceber.
eles são aquele tipo de vidente fajuta, mas que não devolve seu dinheiro caso a mandinga não funcione. e você sempre paga uma nova consulta. não faz mal, não é não?
tem dois tipos de sonho. aquele do travesseiro e aquele que é uma mentirinha da gente pra gente mesmo.
outro dia a porta lá de casa dava prum lugar bem esquisito, meio deserto meio oasis. e tinha uns passaros em forma de pergunta e de afirmaçao que te mandavam escolher um lado. o mais engraçado é que a maioria das pessoas ali preferiam uma vida cheia de cactos e ficavam se espetando umas as outras assim, pra sempre. juro.
esse é o tipico sonho de travesseiro (mas é tambem de mentirinha porque eu acabei de inventar [mas também é de verdade porque as pessoas adoram se espetar sem nenhuma razão aparente. acho que elas acham bem divertido mesmo]). mas agora já começou a ficar meio confuso e acho que um dos meus pézinhos já perdeu a terra firme.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

[sensações]

eu tenho umas sensaçoes, as vezes, que nao deveriam ser minhas nunca. a gente só escreve sobre essas coisas quando o sono tá ali, meio brigado com voce, espreitando e nao toma uma atitude um pouco mais decente. insonia, chamamos normalmente. fico dando umas desculpas, as vezes é café, as vezes calor, hoje deve ser tpm. o que for nao me deixa dormir e fica uma sensaçao tao esquisita que eu nem sei pensar direito sobre o assunto. as vezes eu nao sei dizer se o cheiro é bom ou é ruim até descobrir sua origem. as vezes nao sei se gosto de como as paredes combinam com o sofa e o tapete até ouvir uma segunda opiniao. sao coisas que eu nao sei pensar sobre o assunto só por mim e meio de surpresa. estou tao acostumada com as mesmas sensaçoes que nao sei mais opinar sobre elas. as vezes acho isso triste, as vezes nao sei.
o que sinto agora é meio assim tambem, ainda nao decidi. nao lido direito com pressao, preciso de um tempo pra saber se gosto, que as opinioes aqui dentro sao muitas, mas nenhuma é exatamente minha. importei quase todas elas de gente que já sentiu antes. quando eu sinto eu entendo e essa é a diferença.
to meio esquisita. meio revirada por dentro por alguma coisa que nao deveria estar ali. deve estar presa a garganta, me sufocando um pouquinho e o outro pouquinho nao me deixando que a dedure. uso as palavras, que ainda nao conseguiu me impedir. é meio agonia, meio curiosidade, que me obriga a uma musica no meio da noite quando tem hora pra acordar no dia seguinte. chico.
tem dias que é bem diferente, na maioria deles na verdade. essa é autentica, só minha. por isso nem as palavras conseguem me salvar em tais dias. nao sei pensar sobre porque nao há em quem se basear. guardo comigo como minha verdade unica. ninguem nunca disse que é boa, só me faz sentir viva. minha verdade nao é a melhor, mas pelo menos a tenho e ela me assalta de vez em quando durante a noite, sem poder dormir, sem poder gritar. me conforta só o fato de ser minha.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

[como eu adoro essa cidade]

é só chegar em sao paulo e da-lhe febre e bichinhos indesejaveis habitando seu corpo. para quem passou o ultimo mes em lugares irrespiraveis, tal qual uma praia deserta, acho que entende o que estou falando. foram viagens (por favor, meus amores, viagem é com g! pode ser, tranquilo?) bem peculiares com incontaveis situaçoes ridiculas. vamos a algumas: entre um caminho curto e um super comprido, a opcao é meio obvia. a nao ser quando esta de noite, nao existe uma luz que te ajude a desviar das varias pedras no meio do seu caminho, está alagado e chovendo. pois é, adivinha qual foi o escolhido? e o melhor é voltar de madrugada, quase precisando de um bote para atravessa-lo e virando comida para insetos de todos os tipos; ficar trancada para fora de seu quarto e com opçoes meio escassas de lugares para dormir. e com uma insonia delicia, nao nos esqueçamos; chegar numa casa inabitada por meros 2 anos e ter que limpa-la. os morcegos, baratas, aranhas, insetos e formigas (muitas formigas!) nao gostaram muito e travaram uma batalha intensa com os novos moradores; ter que tomar banho gelado de madrugada (sem nenhum preparo psicologico) porque sua cabeça resolveu se rebelar contra voce mesmo; ah é, e falando em banho, toma-lo ao livre, assistindo ao por-do-sol e, a parte ruim, novamente os mosquitos (deja vu). isso por causa do esgoto e talz, mas essa parte é grande demais pra explicar agora; e me pergunta se tinha algum sinal no celular? era deserta mesmo, gente. ok, esses foram alguns. isso só pra mostrar que apesar de tudo eu estava otima. cheguei em sao paulo ontem e adivinha? pois é, fiquei em casa morrendo, com febre e todos os seus efeitos. ai como eu adoro esse cidade, viu? mas antes de terminar preciso confessar uma coisa: é bom voltar pra casa. nao só bom como eu preciso disso, preciso do meu lugarzinho as vezes. pena que a localizaçao inclui transito, poluiçao, superpopulacao e varios egos inflados por aí.

domingo, 9 de janeiro de 2011

[Tarantino, Woody Allen, Hitchcock..]

mudando um pouco as perspectivas por aqui, as vezes tem-se que deixar as mesmices de lado e pensar sobre aspectos pouco explorados. até o estilo muda, percebe? continuo eu, continua o mesmo blog e o mesmo vocabulário. mas o assunto agora é outro.
filmes. as vezes penso que deveria estar fazendo tantas outras coisas da minha vida. mas todas essas tantas coisas resumem-se ao universo cultural e artístico. adoro filmes, assisto desde criança. assistia aos filmes da Disney e todas as suas princesas (talvez minha primeira frustração foi querê-los todos para mim. Meu mesmo só tinha o Mogli). Mas não eram só esses. Lembro de ter assistido Cães de Aluguel ainda muito pequena, uns 10 anos ou menos. O Escorpião de Jade, O Festim Diabólico, O Homem Que Sabia Demais, Um Corpo que Cai.. enfim. Tarantino, Woody Allen e Hitchcock faziam parte de mim antes de poder entendê-los, se é que já posso hoje. Não sei como os interpretava, mas acho que gostava de assisti-los. Via um a cada semana. Sempre lembro de um sobre um gato que olhava para as pessoas e elas ficavam de uma determinada cor, dependendo do que sentiam ou como eram. Não sei que filme era, mas essa cena foi divertidíssima pra mim, na época. Não sei se prestava muita atenção na história, mas via do início ao fim desde pequena. Comecei a me interessar por eles de novo, faz algum tempo. Gosto bastante dos três, apesar de não ter visto tantos filmes quanto gostaria. Gosto em particular de Woody Allen. blablabla são filmes iguais, mesmos atores, mesmos temas blablabla confesso que misturo bastante as histórias, mas isso não quer dizer muita coisa em relação a mim, dadas minhas condições memoriais muitas vezes citadas. Acho cada filme encantador e a cada término eu saio sorrindo, assim meio sem querer. Adoro os diálogos. Muitos filmes, a maioria creio eu, nunca tem diálogos e sempre acabam no famoso final feliz (ok, estou falando dos blockbusters da vida). As pessoas crescem ouvindo sobre finais felizes e não sabem o que fazer com o depois disso, não sabem dialogar também. O mais difícil de tudo é manter este final e isso os filmes não ensinam. Voltando aos diálogos, gosto de vê-los nos filmes de Allen, gosto de saber o que conversam as personagens, gosto do humor e a decadência juntos. Não me lembro em qual filme ele aparece falando com o público, logo no início. Era uma referência, algo sobre clubes e mulheres, uma comparação. Ele não gostaria de ser sócio de um clube que o aceitasse. Enfim, de longe que vi todos os seus filmes, são muitos, mas vi o suficiente para dizer que gosto. Pra mim é impossível não pensar em Alberto Caeiro, mas, de novo, não significa muita coisa. Comparo tudo e todos com Alberto Caeiro. A tal filosofia de não ter filosofia e a beleza em não ter um significado de existência além de ser aquilo que é e só. Pra mim as coisas são, eu sou, Alberto Caeiro é assim como Woody Allen também. Não precisa procurar um sentido oculto naquilo que é. Deixe ser. Whatever Works.