"Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças, de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."
B.S.
B.S.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
[várias]
Estava perdida. Independente dos planos que enchiam cada um de seus dias. Perdeu-se dentro da própria rotina. O diferente era o único que permanecia o mesmo. Ela não era a mesma nunca e não sabia mais o que queria ser. A cada reviravolta, se transformava e era o que não poderia ter sido antes. Tantas identidades confundiam-na. E todas elas eram aquele tanto tortinhas. Sempre lhe pareciam erradas. Suas identidades não lhe serviam assim como ela não servia às suas identidades. Trocava-as como trocava de lençol e costumava ser uma pessoa asseada. Estava sempre fugindo, dos outros e dela mesma, tinha horror em fica acomodada. Se deixasse, a estagnação virava vício e o único vício que ela se permitia era o da transformação. O tempo reservado para cada uma não era suficiente para adquirir nenhum outro. Colecionava traumas, nunca vícios. Possuía várias identidades e uma só essência transformadora.
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