Não era uma praia, pois o mar não se via e a imensidão azul litorânea não passava de imagens e vontades que tinha, cá dentro de mim. Era outra coisa. Posso afirmar, não com toda a certeza, que o que estava diante de mim era um deserto. Na verdade, eram todos os desertos do mundo à minha frente. E isso eu afirmo sem dúvida alguma. Mas dentro daquela infinidade toda, que importavam as minhas dúvidas ou certezas? Eu era só mais um daqueles grãozinhos, cada qual com suas certezas e dúvidas.
Na palma da minha mão alojara-se um desse pequeninos. E o que significavam as certezas e dúvidas de um grão de areia na palma da minha mão? A incerteza me obriga a dizer tudo. Era uma infinitude de carne e um único grão de areia, com as ÚNICAS certezas e dúvidas daquela imensidão.