"Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças, de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."
B.S.



sábado, 9 de janeiro de 2010

[loteria do caráter]



Somos assim. Aquele meio termo entre o tudo e o nada. Cada um sendo o tempo todo aquela possibilidade infinita de ser (qualquer coisa). Somos o um nesse infinito. Somos uma chance quase nula de sermos (assim). Somos tudo que ninguém mais é, foi ou será. Mas também somos o nada. O um entre infinitos. Aquele um que não faz diferença, que faz parte do todo que aí sim faz a diferença.
Auto estima é só essa passagem entre o tudo e o nada da significância. O caminho entre ser único e ser mais um. Um caminho sutil. Uma linha tênue. Uma fronteira confusa que faz toda a diferença na vida do um e nenhuma na vida do todo.

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