Ela canta.
E só.
Não precisa de mais nada. Não precisa de um motivo. Nem de afinação.
Não precisa de aplausos ou confete.
Sua música não agrada a quem ouve. Mas só quando não se presta atenção.
A beleza não está na música ela própria.
(A beleza não precisa estar ali.
A beleza não está em admirar o quão belas as coisas são.
A beleza está em procurá-la nas coisas.
E fica ainda mais bonita, por ser mais difícil de encontrar.)
E ela canta.
E é tão bonito por ser sincero. Por ser ela.
Ela canta aquilo que ela conhece.
E ela se conhece tanto que tudo que ela canta soa autenticamente afinado.
Ela canta afinada consigo mesma e essa é a beleza.
Ela canta e se conhece.
Quem vaia não a conhece.
E não conhece a si mesmo.
Por se preocupar em vaiar um outro e esquecer de cantar o próprio.
Ela canta só. E não se importa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário