a nuvem paira bem em cima da menina. estaciona. congela.
a nuvem empaca tanto quanto a menina já empacou também.
e ninguem sai do lugar, só o mundo que se move ao redor da menina e da nuvem.
está tão quente que ninguem mais consegue respirar. está parado. o ar também não se move.
a nuvem pinga, resfriada, e resfria a menina.
ela nao sai do lugar.
de que adiantaria? se saisse, a nuvem continuaria pairando ali, uns dois ou três metros acima dos seus pensamentos, que estacionam junto com a nuvem e com a pequena que não pensa mais.
não precisa mais pensar em nada, também. se pensasse, o movimento deixaria de ser.
(dado que ela nao encontraria razoes para ele.
o movimento exige esforço
o pensamento esgota todo o esforço da menina. egoista que é)
e (o movimento) deixando de ser, o estático também nao mais existiria, dado uma coisa não é nada sem a anti-coisa, tal qual o adversário nao o seria sem aquele que o desafia.
sem aquilo que move e sem aquilo que pára não se sabe o que poderia restar.
por isso não pensa. é unica chance de voltar a movimentar.
o mundo é assim e ponto. o que há de se pensar dele?
se se pensar muito nele ele pode parar tambem.
e se assim fosse, deixaria de ser mundo.
e a menina não teria mais com quem voltar a girar.
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