"Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças, de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."
B.S.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

[a desrotina da mesquinharia]

Não. Não precisa mais se preocupar não.
Se eu me preocupo? Magina.
Sim, eu entendo. Motivos para ficar assim não faltam.
Mas também, motivos vão sempre existir.
Lógico que eu quero te ajudar. Ué, para de pensar um pouco nisso.
Se vai ficar assim com uma bobagenzinha dessas imagina depois.
Sim. Sempre existe coisa pior, não se engane.
O que você faz agora?
Meu bem, desencana. Não deixa motivos te enrolarem desse jeito.
A falta de motivos que seriam, aí sim, um problema.
A vida seria parada demais. Monótona. Medíocre. Sem graça. Infame.
Mesquinha.
Tenho certeza de que se não houvesse motivos pra ficar assim, você arranjaria algum.
As pessoas não cansam de inventar problemas por aí.
A única coisa que não cansa nas pessoas é a própra mesquinharia.
O mesquinho não é rotineiro.
As vezes um ou outro se cansa de tanta bobagem e tenta mudar de vida, compensar alguma coisa.
As vezes, um ou outro se sente mal de tratar mal um ou outro.
As vezes.

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